O Outro Pai

Anônimo postou em 19 de março de 2001, 22:02

Até os meus quatro ou cinco anos, tive dois pais. E não foi traição nem nada; foi o mesmo pai duas vezes. Você provavelmente não entende, mas os rostos deles eram idênticos, porém havia algo de estranho no olhar. Eram como seres de outro mundo.

Não me lembro quando "aquele cara" chegou, mas ele voltava para casa como qualquer outro pai. Mas tanto minha mãe quanto eu podíamos sentir que "aquele cara" não era meu pai, e me lembro de tremer desde o momento em que ele chegou à porta da frente. E sempre que entrava em casa, ele destruía todos os móveis e pratos. Eu estava com tanto medo que mantive os olhos fechados, mas ainda consigo ouvir a voz da minha mãe dizendo para eu parar.

Posso garantir que meu pai era um homem gentil e não era o tipo de pessoa que faria algo assim. Mas definitivamente havia outro pai, com o mesmo rosto e uma personalidade completamente oposta. Mesmo que eu fale sobre isso com os meus pais agora, eles só dizem: "Isso nunca aconteceu".

O que foi isso...?

Anônimo 205 postou em 19 de março de 2001, 22:05

Os dois já estiveram em casa ao mesmo tempo? Desculpe a pergunta boba.

Anônimo postou em 19 de março de 2001, 22:11

Não, isso nunca aconteceu. Enfim, o medo sempre começava quando meu pai chegava do trabalho. Normalmente era meu pai normal e gentil, mas às vezes "aquele cara" chegava em casa.

Anônimo 208 postou em 19 de março de 2001, 22:28

Talvez ele estivesse chateado com o trabalho ou algo assim.

Anônimo postou em 19 de março de 2001, 22:29

Será? Mesmo antes de abrir a porta da frente, acho que sabia que não era ele. E hoje em dia, quando pergunto à minha família sobre isso, eles dizem que não há evidências de que ele tenha sido violento.

Anônimo 210 postou em 19 de março de 2001, 22:39

O que esse pai assustador faz depois de ser violento? Seria assustador se ele simplesmente desaparecesse depois de um tempo.

Anônimo postou em 19 de março de 2001, 22:43

Eu estava de olhos fechados na hora, então não sei os detalhes. Mas acho que ele se acalmou depois de um tempo, e minha mãe arrumou a bagunça no quarto.

Anônimo 213 postou em 19 de março de 2001, 22:47

Ele era apenas um pai com um péssimo hábito de beber. Isso é comum. Ele geralmente é um cara legal, mas às vezes chega em casa gritando. A mãe não quer se lembrar disso, então não diz.

Anônimo postou em 19 de março de 2001, 23:28

Ele não bebe álcool. De qualquer forma, eu só tenho a imagem dele como uma pessoa diferente. Isso pode ser porque nunca ouvi a voz de meu pai enquanto estava furioso. Normalmente, quando alguém está furioso, você ouviria algo como: "Não mexa comigo!"

Anônimo 218 postou em 19 de março de 2001, 23:47

Normalmente, o sistema que causa múltiplas personalidades dentro de si pode ter agido externamente neste caso, criando "dois pais". Em vez de "O eu abusado não sou eu" → "Então não estou machucado ou com medo" → "É só outro eu ", fica mais como "Alguém tão assustador não pode ser meu pai" → "Então meu pai verdadeiro não é assustador" → "Tem outro pai!?"

Anônimo postou em 19 de março de 2001, 23:49

O fato de eu não conseguir ouvir a voz do meu pai provavelmente indica dissociação. Transtorno de personalidade múltipla é um exemplo típico de transtorno de personalidade dissociativa.

Anônimo postou em 20 de março de 2001, 11:05

Desculpe, postei isso há um tempo, mas depois de ler as respostas de todos, ainda fiquei curioso, então perguntei ao meu pai sobre isso. Como resultado, fiquei ainda mais confuso, então vou parar de postar aqui. Minhas perguntas foram: - Meu pai estava agindo de forma violenta, certo? - Meu pai é doente mental? - Eu sou doente mental? - Não importa o que eu perguntasse, ele sempre dizia "Não, não sou", então tentei ser mais enfático, mas meu irmão me impediu. No entanto , consegui ouvir a verdade mais tarde. Aparentemente, houve uma época em que alguém estava agindo de forma violenta em casa. No entanto, meu irmão disse: "Era minha mãe quem estava agindo de forma violenta na época". Agora estou com muito medo de falar com minha mãe.

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